HAITI: “PEDAÇO DE ÁFRICA PERDIDO NO MEIO DAS AMÉRICAS”. O DISCURSO MIDIÁTICO E A CONFORMAÇÃO DAS IDENTIDADES HAITIANAS
Palavras-chave:
Haiti, discurso, MINUSTAH, mídiaResumo
O Haiti, pequeno país localizado no coração do Caribe, cuja população descende, em sua esmagadora maioria, de escravos negros africanos, trasladados da África para a América para mover as pesadas engrenagens do sistema colonial, surge na historiografia latino-americana como a antítese da ordem, como o país da barbárie e do caos, como um exemplo a ser evitado e combatido. Sua intrincada história sócio-política e econômica, que se desenvolve a partir de seu traumático processo de independência (1791-1804), deu ensejo a produção de um discurso detrator e vitimizador que ainda ecoa, agora pelos meios midiáticos. “Pedaço de África perdido no meio das Américas”, esse é, em suma, o mote a partir do qual o Haiti é, não raro, pensado e representado. Sua ligação com seus ancestrais africanos é sempre evidenciada com vistas a justificar, ainda que em parte, seus dramas e tragédias, materializados no quadro de pobreza e miséria que lhes garantem o jocoso título de “país mais pobre das Américas”. O estabelecimento da Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (MINUSTAH) em 2004, surge como mais um componente que contribui sobremaneira para que tais representações se disseminem e perpetuem. É a partir desses marcos discursivos, midiáticos em sua maioria, que buscaremos analisar, ainda que sucintamente, algumas das construções identitárias que se estabelecem nesse espaço representativo África-América-Haiti.Downloads
Publicado
2014-01-26
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