Importância dos exames seriados em análises coproparasitológicas de cães
Resumo
O exame coproparasitológico permite revelar e diferenciar os parasitas que utilizam as fezes como condutoras das suas formas de disseminação no exterior. Foram recebidas no laboratório de Análises Clínicas Veterinária amostras de fezes de um paciente canino, fêmea, 2 anos de idade, oriunda da cidade de Goiânia, em três dias consecutivos para análise coproparasitológica. Após a análise direta em lâmina e realização do método de Willis - Mollay, a amostra 01 foi considerada negativa para as duas análises. As amostras de fezes 02 e 03, foram consideradas positivas pela presença de cistos de Entamoeba coli no exame. Entamoeba coli é um protozoário da família Endamoebidae, sendo o homem o seu principal hospedeiro, porém, outros mamíferos como os suínos, cães, gatos, primatas e roedores podem também ser parasitados. O parasita habita o intestino grosso de homens e animais, sendo a sua forma infectante eliminada através das fezes. A Entamoeba coli pode viver como um parasita comensal no intestino, gerando problemas quando associada a interação das amebas com os diferentes tipos de bactérias que, concomitantemente, habitam o intestino do hospedeiro. Embora considerados parasitos apatogênicos, o diagnóstico desta espécie de ameba é de suma importância pela dificuldade em diferenciá-los da Entamoeba histolytica, considerada a forma patogênica e causadora de doença grave em animais e seres humanos. O exame coproparasitológico pode decorrer em falsos negativos, ou seja, o animal pode estar parasitado, mas no exame não se visualizam quaisquer formas parasitárias, dando um resultado falso negativo. Isso pode acontecer por várias causas sendo a principal razão o fato de ocorrer excreção intermitente dos elementos parasitários, devido a variados períodos de incubação de cada parasita. Para evitar este tipo de resultado deve-se obter amostras seriadas, em três dias alternados. Pelo fato de seus cistos serem de difícil identificação, essa zoonose tem uma grande importância em saúde pública e acaba sendo negligenciada pela falta de diagnóstico confiável.